Um áudio que circula em grupos de WhatsApp colocou em evidência o discurso agressivo e perigoso de Valmor Scariote, produtor rural e irmão do prefeito Claudio Scariote (Republicanos). Na gravação, ele ataca eleitores do presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT), chamando-os de “PTzada do demônio” e afirmando que “tinha que morrer tudo esses PT… Não tem um vagabundo que tem coragem de botar uma placa na frente da casa do PT.”
O conteúdo é chocante e inaceitável, principalmente vindo de alguém ligado à família do gestor municipal. Em Sapezal, Lula teve mais de 4 mil votos nas eleições de 2022, o que evidencia que os eleitores do PT representam uma parcela significativa da população — parcela que foi alvo de ódio e ameaça.
Especialistas em direito alertam que palavras como essas podem configurar crime, incluindo apologia à violência, ameaça e intimidação política. O silêncio da Prefeitura de Sapezal e de Valmor Scariote diante do episódio apenas reforça a gravidade da situação, deixando no ar questionamentos sobre ética, responsabilidade e respeito à democracia.
O áudio não é apenas uma ofensa pessoal: é um alerta sobre o perigo da normalização de discursos de ódio na política local. Quando familiares de autoridades públicas usam palavras de ameaça e intolerância, quem garante que o espaço democrático será respeitado em Sapezal? O episódio expõe uma falha clara na cultura política da cidade e a necessidade urgente de cobrança por respeito à convivência civilizada e aos princípios democráticos.
Por Jean Borsatti