19.1 C
Mato Grosso
terça-feira, agosto 12, 2025
spot_img
HomeMato GrossoBolsonaristas apresentam leis com nome de influenciador que denunciou exploração de menores

Bolsonaristas apresentam leis com nome de influenciador que denunciou exploração de menores

Os vereadores de Cuiabá, Rafael Ranalli (PL) e Tenente Coronel Dias (Cidadania), apresentaram dois projetos de lei iguais, intitulados ‘Lei Felca’, para combater à erotização infantil, diante da repercussão nacional do vídeo do youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que denunciou casos de exploração de crianças e adolescentes na internet alcançando 26 milhões em quatro dias.

Apesar de terem o mesmo nome, os projetos divergem quanto as aplicações das medidas. O projeto de Dias estabelece um conjunto de medidas para prevenir, fiscalizar e punir práticas que sexualizem a imagem de menores na internet e nas mídias sociais. Segundo a lei, a erotização ocorre quando a exposição de uma criança ou adolescente, por meio de fotos, vídeos, lives ou textos, inclui:

– Vestimenta íntima ou poses sexualmente sugestivas.
– Danças, encenações ou falas com conteúdo sexual, explícito ou implícito.
– Uso de linguagem, poses ou gestos de conotação sexual.
– Montagens, edições ou contextos erotizantes utilizando a imagem ou voz do menor.

O vereador exige que a Prefeitura de Cuiabá realize campanhas educativas em escolas e unidades de saúde, alertando pais, responsáveis e educadores sobre os riscos da erotização e do abuso sexual online. A capacitação de profissionais como professores e conselheiros tutelares também está prevista para a identificação e encaminhamento de casos. Determina ainda que influenciadores digitais e empresas que atuam em Cuiabá e utilizam imagens de crianças em seus perfis deverão seguir normas protetivas.

Para garantir a efetividade da lei, será criado um canal digital oficial para denúncias anônimas, que funcionará de forma integrada com o Conselho Tutelar e a Polícia Civil, garantindo uma resposta rápida e coordenada.

Quanto às penalidades, estão previstas punições administrativas rigorosas com multas que variam de 500 a 10.000 Unidades Padrão Fiscal do Município (UPF) para pessoas físicas e jurídicas; Cassação do alvará de funcionamento para empresas reincidentes e suspensão de patrocínio ou incentivos públicos por um período mínimo de 3 anos.

Lei de Ranalli


O projeto de Ranalli proíbe a produção, divulgação ou promoção de qualquer conteúdo que caracterize a sexualização ou adultização de crianças e adolescentes na capital. A proposta estabelece punições que vão desde advertência escrita até multas que variam de R$ 126.040,00 a R$ 1.260.400,00 —, suspensão temporária e, em casos graves ou reincidência, cassação definitiva do alvará de funcionamento.


A proposta alcança produtores de conteúdo, eventos presenciais e publicações digitais realizadas em Cuiabá, ainda que hospedadas em plataformas de outros estados ou países. Também inclui influenciadores, agências de marketing, patrocinadores e qualquer pessoa física ou jurídica que participe da criação, difusão ou monetização desse tipo de material.
A fiscalização ficará a cargo da Secretaria Municipal de Ordem Pública, com apoio do Conselho Tutelar e da Secretaria de Assistência Social. Qualquer cidadão, além de órgãos públicos e do Ministério Público, poderá denunciar. Os valores arrecadados com multas serão destinados ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

 O vídeo

Publicado na última quarta-feira (6) no Youtube, a gravação de Felca denuncia casos de exploração de crianças e adolescentes na internet. Intitulado Adultização, o conteúdo reúne denúncias contra influenciadores que, segundo ele, sexualizam a imagem de menores. Um dos casos citados é o do paraibano Hytalo Santos, de 28 anos, conhecido por ostentar uma vida de luxo nas redes e exibir crianças e adolescentes que chama de “filhos”. Entre eles está Kamyla Santos, de 17 anos, que aparece nas redes desde os 12 anos e teve sua conta com mais de 10 milhões de seguidores suspensa.  

No material de quase 50 minutos, Felca também aborda outros casos, como o canal Bel Para Meninas, investigado pelo MP do Rio de Janeiro em 2020, e o de Caroliny Dreher, que, segundo ele, teve conteúdos íntimos vendidos pela própria mãe para pedófilos. O youtuber entrevistou uma psicóloga e demonstrou como algoritmos podem favorecer a circulação desse tipo de material.

Por Fred Moraes

Noticias Relacionadas
- Advertisment -
Google search engine

Mais lidas