O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso protocolou, no dia 21 de julho, um pedido de providência junto ao Ministério Público Estadual (MPMT) contra o locutor de rodeio Audraus Araújo de Lima, conhecido como “Cuiabano Lima”, por declarações feitas durante a 57ª Expoagro, realizada na Acrimat, em Cuiabá.
Durante apresentação no evento, ao lado do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), Cuiabano declarou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atacou pessoas de esquerda. “Quero dizer uma coisa, eu, o prefeito e Mato Grosso, aqui é Bolsonaro porr@. E eu quero mandar, com todo respeito, um alô para galera da esquerda: vai para a put@ que pariu”, disse, com microfone em mãos e arena lotada.
O PT afirma que a conduta caracteriza discriminação ideológica, incitação ao ódio e injúria coletiva, violando princípios constitucionais que garantem liberdade de pensamento e respeito à diversidade política.
“Tal conduta praticada se deu com a arena da Expoagro lotada, servindo-se o requerido de sua posição privilegiada como locutor do evento, causando danos coletivos às pessoas de esquerda”, diz trecho do documento.
Para os advogados do PT, as palavras ditas por Cuiabano Lima configuram dano moral coletivo, atingindo não somente os presentes no evento, mas toda coletividade que compartilha ideologia de esquerda – visto que o conteúdo foi amplamente divulgado na mídia estadual e nacional.
Outro ponto levantado pela sigla é o uso de recursos públicos na realização da Expoagro. O PT solicitou que o Estado e a Assembleia Legislativa (ALMT) informem valores repassados ao evento, inclusive por meio de emendas parlamentares.
Segundo o documento, a participação de Cuiabano Lima com falas de cunho político e ofensivo fere a vedação de uso de verba pública em eventos com finalidade político-partidária ou discriminatória.
O partido sustenta ainda que a fala do locutor, em ambiente com milhares de pessoa, incluindo crianças e famílias, poderia incitar comportamentos violentos e causar sérios transtornos físicos e psicológicos.
Por Nicolle Ribeiro