Em meio a uma queda acentuada nas vendas em 2023, o mercado automotivo pediu medidas de acesso ao crédito e debate sobre a redução dos elevados impostos que taxam os veículos vendidos no país. Essa semana o governo federal, por meio do vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sinalizou a redução de impostos federais, como IPI e PIS/Cofins, para uma alíquota que resultaria em descontos, entre 1,5% e 10,96%, no preço final dos veículos. O projeto ainda será analisado pelo Ministério da Economia e deverá virar medida provisória dentro de 15 dias.
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O critério levará em conta eficiência energética e índice de nacionalização, o que coloca modelos compactos e subcompactos na linha de um programa que pode ajudar a reaquecer a indústria automotiva no país. Após a queda nas vendas deste ano, 17 fábricas anunciaram período de férias coletivas para ajustar a produção de veículos ao patamar mais baixo de comercialização do momento.
Veja, em um primeiro momento, quais são os veículos que podem ficar mais em conta com o anúncio da medida de redução de impostos. Consideramos aqui as versões de entrada de cada um dos modelos mais em conta produzidos e vendidos no país.
Renault Kwid é um dos modelos mais baratos à venda no país
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O primeiro é o Renault Kwid, subcompacto que custa a partir de R$ 68,9 mil e que deve receber o desconto máximo, de 10,96%, por ser um dos modelos mais econômicos à venda. Nesse caso, deverá ter preço reduzido para cerca de R$ 61,4 mil.
Fiat Mobi, que custa a partir de R$ 68,9 mil, pode chegar a R$ 61,4 mil com medidas anunciadas
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O mesmo deve ocorrer com o Fiat Mobi produzido em Betim (MG), que também custa R$ 68,9 mil e que, com as medidas de redução de impostos, sairia por cerca de R$ 61,4 mil.
O Citroën C3 tem diversas versões, com motor 1.0 e 1.6, câmbio manual e câmbio automático
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O Citroën C3 custa R$ 72,9 mil na versão de entrada e, caso receba o desconto máximo, de 10,96%, poderá ter o preço reduzido para cerca de R$ 64,9 mil. Seguindo o critério previamente anunciado, as versões com motor 1.0 teriam desconto maior, enquanto as versões com motor 1.6 teriam um incentivo menor.
O Peugeot 208 pode ter preço reduzido, mas é produzido na Argentina, o que pode inviabilizar a alíquota máxima
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O Peugeot 208 Like custa R$ 70,9 mil e, seguindo o mesmo critério adotado para o motor 1.0, pode ter o preço reduzido para cerca de R$ 63 mil. O 208 também é oferecido com motor 1.6 nas versões mais equipadas, que devem receber incentivo menor. Vale lembrar que o 208 é feito na Argentina, o que pode diminuir suas chances de receber o desconto máximo previsto.
O Polo Track da Volkswagen é o carro de entrada mais barato da marca, hoje, com preço de R$ 81,3 mil, que pode chegar a R$ 72,4 mil com a medida provisória. Já o Polo MPI, com a mesma motorização do Polo Track (1.0), pode ter o preço reduzido de R$ 86,3 mil para R$ 76,9 mil.
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O Renault Stepway com motor 1.0SCe, único sobrevivente da linha Sandero, deverá ter preço reduzido de R$ 79,9 mil para R$ 71,2 mil. Isso caso receba o desconto maior. Apenas como simulação, caso tenha 1,5% de desconto seu preço pode cair para R$ 78,1 mil.
O Onix LT é a versão mais em conta do compacto da Chevrolet, que é um dos carros mais vendidos no país
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O Hyundai HB20, que custa a partir de R$ 82,2 mil, poderá ter preço reduzido para R$ 73,2 mil caso tenha os impostos reduzidos em 10,96%.
Compacto da Hyundai, o HB20 é produzido em Piracicaba (SP)
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O Chevrolet Onix, um dos carros mais vendidos do país e que tem preço a partir de R$ 84,4 mil na versão de entrada LT, com motor 1.0 aspirado e câmbio manual, pode ter preço reduzido para R$ 75,1 mil.
O Toyota Yaris é o único modelo da marca que ainda custa menos de R$ 120 mil
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O Toyota Yaris hatch equipado com motor 1.5 aspirado, e cujo preço de venda parte de R$ 97,9 mil, poderá ter esse valor reduzido entre 1,5% e 10,96% e custar, respectivamente, entre R$ 96,5 mil e R$ 87,2 mil.
O Fiat Pulse, um dos SUVs compactos mais baratos do país, que custa a partir de R$ 100 mil, pode ter seu preço reduzido para R$ 89 mil, retornando ao valor de meados de 2021, quando foi lançado.
Também da linha Fiat, o Argo, que custa a partir de R$ 79,7 mil, pode chegar ao preço inicial de R$ 71 mil considerando a versão base de entrada, com motor 1.0 Firefly e câmbio manual.
Revendedores temem concessionárias vazias por algum tempo, até formalização da medida
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Com os dados preliminares, o R7-Autos Carros consultou algumas fontes ligadas à indústria automobilística, que aprovam a medida mas consideram que nos últimos anos a inflação do carro zero quilômetro ficou em 31%, segundo a FIPE. E que só no primeiro ano da pandemia a falta de insumos e o alto preço dos metais úteis na produção dos carros elevaram os preços em 17,03%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Outro ponto destacado por executivos do setor é que as novas regras de segurança introduzidas nos últimos anos, como inclusão de controles de tração e estabilidade obrigatórios (a partir de janeiro de 2022), bem como de dispositivos como freios ABS e, mais recentemente, distribuidor de frenagem, entre outros, a partir do ano de 2014, levaram a indústria a se concentrar em modelos mais caros, que são mais rentáveis.
O projeto prevê que apenas carros de até R$ 120 mil sejam contemplados pelo programa de redução de impostos. Hoje, segundo os executivos, as montadoras querem que o tíquete médio de compra do consumidor esteja nivelado acima desse valor.
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Por fim, entidades ligadas ao varejo externaram preocupação de que o anúncio não do plano leve, neste primeiro momento, a um esvaziamento das concessionárias. O consumidor, atento às medidas, vai esperar o melhor momento para fazer sua compra. Da mesma forma, o mercado de usados pode ser bastante prejudicado com a queda de preços: há mais de 7.300 revendas de veículos por todo o país, as quais empregam mais de 315 mil pessoas.
Outro ponto são os juros altos, que inibem a compra de carros. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75%, mas além de proporcionar condições mais seguras para a queda, o governo também deve sinalizar segurança jurídica, por meio da efetivação de medidas fiscais.