Operação teve como alvos, em Cuiabá, os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho.
Grupo supostamente também comercializava informações sigilosas.
A Operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (26) contra alvos supostamente envolvidos em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), apura também supostas negociações para vazamento de informações sigilosas, inclusive sobre operações policiais.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para onde o caso foi remetido depois que as investigações ligaram o esquema à decisões proferidas por quatro ministros do STJ, que possuem foro privilegiado.
Zanin expediu um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
Entre os alvos estão os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, do TJMT, que estão afastados das funções desde agosto, por determinação da Corregedoria Geral de Justiça, órgão vinculado ao Conselho Nacional de Justiça.
Na época, foi determinada a instauração de reclamações disciplinares contra os dois magistrados, além da quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referente aos últimos cinco anos.
Conforme as informações divulgadas, foram identificados indícios de que os dois desembargadores mantinham uma amizade íntima com o advogado Roberto Zampieri e que receberiam dele vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgar recursos que atendessem aos interesses dele.
A polícia cumpriu mandados nas casas e nos gabinetes dos dois desembargadores. Outro local que também foi alvo da PF é o escritório do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023.
Fonte: RepórterMT
