Um vídeo de uma sucuri gigante regurgitando outra cobra viralizou nas redes sociais nesta semana e chamou a atenção do Instituto Butantan que utilizará as imagens para estudar o caso.
Na filmagem, gravada pelo pecuarista e pescador esportivo Marcelo Parreira, na represa de uma usina hidrelétrica, no limite entre os municípios de Itarumã e Caçu, no interior de Goiás, uma sucuri-verde (Eunectes murinus) aparece regurgitando uma outra cobra, de menor tamanho.
O registro foi postado no YouTube e viralizou na web, alcançando 1,2 milhão de visualizações. O comportamento peculiar da sucuri chamou atenção da pesquisadora do Instituto Butantan Selma Maria de Almeida Santos, diretora técnica de serviços do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEV).
Segundo a pesquisadora, a cena registrada pelo pescador é um caso raro, na medida em que o macho sobreviveu e, por isso, resolveu estudá-lo.
“Minha linha de pesquisa é com reprodução e comportamento de serpentes. Dessa forma, como tenho trabalhado com a família de Boideos (jiboias, sucuris e outros), essas informações obtidas pelo pescador me instigou a saber o que aconteceu e porque a serpente engoliu a outra”, explica.
Selma levantou algumas hipóteses em cima do ocorrido: “A primeira é canibalismo mesmo, porque esse fato já foi descrito para as Sucuris (Eunectes murinus), as quais podem alimentar-se de outras sucuris. A segunda hipótese é que o macho poderia estar cortejando a sucuri maior, uma vez que as fêmeas são muito maiores do que os machos. Lembrando que as sucuris se acasalam por agregação, e nesse sistema de acasalamento, muitos machos aglomeram-se em torno de uma única fêmea para acasalar com ela. E desse modo, pelo fato do macho estar perto dela e sozinho, poderia ser um alvo fácil para ser engolido.”
A pesquisadora afirma que o vídeo feito por Marcelo Parreira contribuirá para o estudo por mostrar detalhes do comportamento de ambos os animais envolvidos, do que aconteceu e a época que ocorreu. “Além da forma e tamanho dos animais (sucuris). Essas características são muito interessantes para o pesquisador da área”, pontua.
As sucuris são serpentes de hábitos aquáticos e podem atingir cerca de 4m a 6m.
Por Cecília Sóter