Na manhã desta quarta-feira (30), alunos e professores das escolas estaduais Luiza Soares Boabaid e Maximiana do Nascimento, localizadas em Jangada (75 km de Cuiabá), se reuniram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para protestar contra o possível fechamento das instituições. Os manifestantes levaram faixas e cartazes contra a medida ao Legislativo.
A medida, anunciada pelo governo do estado, levaria ao redimensionamento dos estudantes para uma escola a mais de 8 km de distância, forçando-os a atravessar a BR-163, uma das rodovias mais perigosas da região. A mudança afetaria principalmente alunos que trabalham durante o dia e dependem do ensino noturno para prosseguir com os estudos.
Diretor da Escola Maximiana do Nascimento, Faustino Aparecido da Silva, destacou a ausência de diálogo com a comunidade sobre a decisão e expressou preocupação com a segurança dos alunos. “Nosso objetivo é sensibilizar os deputados estaduais, o governo do Estado e o governador Mauro Mendes para não fechar a escola. Tem um decreto sobre o redimensionamento, mas ele não abriu o diálogo com a comunidade, a verdadeira interessada”, alegou.
Segundo Faustino, o fechamento das escolas forçaria alunos da zona rural a se deslocarem para a zona urbana, além de sobrecarregar unidades com infraestrutura inadequada. “As escolas que receberiam parte dos alunos da Maximiana não comportam, as salas são inadequadas, com no mínimo 4 metros quadrados. Enquanto isso, na Maximiana temos estrutura reformada e adequada para o ensino, sendo uma das melhores da zona rural”, acrescentou.
Além dos riscos de segurança, o diretor enfatizou a longa jornada que os estudantes enfrentariam para chegar à escola, especialmente os mais jovens. “As crianças estariam correndo risco de vida. A BR-163 é uma das que mais mata no Brasil. Eles teriam que sair de casa às 3h30 da madrugada para conseguir chegar a tempo. Isso é inadmissível”, pontuou.
A mobilização desta quarta-feira foi a primeira na Assembleia e a comunidade aguarda uma resposta do governo. “Esperamos que os deputados estaduais, o secretário de educação e o governador sensibilizem-se e não tomem essa medida drástica que é fechar a escola”, concluiu Faustino.
Fonte: GD