Ibama vistoria diariamente os focos de queimadas identificados por satélites nos biomas da Amazônia e Pantanal.
Fazendeiro foi descoberto graças ao monitoramento por satélite.
Um fazendeiro de Poconé, cidade mato-grossense a 104 km de Cuiabá, foi multado em R$ 50 milhões por ter causado um incêndio que devastou mais de 7,5 mil hectares da vegetação nativa do Pantanal. A área equivale a 10.500 campos de futebol.
A multa foi aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O crime foi descoberto por agentes do instituto por meio do uso de imagens de satélite e análise geoespacial. A área consumida pelas chamas foi embargada e só poderá ser usada novamente após processo de restauração ambiental, que passa a ser responsabilidade do fazendeiro que praticou crime ambiental.
A aplicação da multa é parte de um conjunto de esforços ostensivos pelos órgãos ambientais federais com o objetivo de vistoriar diariamente focos de calor registrados em áreas do Pantanal e da Amazônia. O objetivo é coibir o uso irregular do fogo e prevenir incêndios florestais.
O Pantanal é a maior planície contínua inundável do planeta e compõe a Bacia do Rio do Prata, respondendo por parte representativa da biodiversidade da América do Sul.
A região tem importância ecológica reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera, bem como pela Constituição Federal Brasileira, como sítio de Patrimônio Nacional.
A ação do Ibama é parte da Operação Apoena, uma união de esforços das Divisões Técnico-Ambientais (Ditecs) com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), sob a gestão da Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro), do Ibama, para a prevenção e a fiscalização de incêndios florestais.
Queimadas
Na semana passada, o governador Mauro Mendes (União) disse que existiam móvitos para desconfiar da origem dos focos de incêndio no estado. O período proibitivo vai até o fim do ano.
Mato Grosso é uma das 17 unidades da Federação que têm sido afetadas por uma forte estiagem, considerada a pior em mais de 40 anos. Há 12 meses a situação é complicada, mas se tornou crítica com as altas temperaturas registradas neste ano.
“É muita coincidência pipocar fogo no Brasil inteiro. O clima está ajudando, o tempo seco está ajudando, mas não é a primeira vez que fica seco, não é a primeira vez que tem onda de calor. Então o que está acontecendo que está pipocando fogo no Brasil inteiro?”, questionou o governador em conversa com jornalistas.
“Fogo não cai do céu, gente. O que cai do céu é chuva e avião”, acrescentou Mauro.
Segundo dados de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado de Mato Grosso registrou 28.796 focos de queimadas de 1º de janeiro até esta terça (03). Esse número é 173% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando Mato Grosso tinha apontado 10.524 focos de incêndio.
Fonte: DO REPÓRTERMT