A dona do berçário Espaço Criança Feliz, Hanna Figueiredo, em Várzea Grande, afirmou que se ela errou, ela irá pagar pelo crime de negligência, como está sendo acusada, em razão da morte do pequeno Vicente Camargo, de 5 meses de vida, no espaço. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte ocorreu em decorrência de uma pancada na cabeça. Contudo, a proprietária nega as acusações.
O caso ocorreu na última semana e tem ganhado repercussão no Estado. Nesta segunda-feira (22), os familiares, amigos, conhecidos e sensibilizados com a morte do pequeno Vicente realizaram um ato de protesto em frente ao berçário, que fica no bairro Marajoara. Participantes carregavam faixas e cartazes com frases de ordm pedindo justiça pela morte do recém-nascido.
“Daria tudo nesse mundo para devolver a vida dessa criança. Todas estamos com o coração dilacerado, sem chão, porque todas nós [funcionárias do berçário] somos mães também e estamos sentindo a mesma dor dessa família. Se eu errei, eu vou pagar! Mas, se eu não errei, Deus há de me justificar e eu creio nisso. Errar é humano e se algum humano que esteve naquele local errou, vai pagar também. Fica meu pedido de perdão para essa família”, disse Hanna, aos pratos, em entrevista à TV Vila Real, nesta segunda-feira.
Desde que o caso ganhou repercussão, Hanna defende que a criança não levou nenhuma queda no berçário. Para TV Vila Real, Hanna ainda revelou que, dias antes do ocorrido, o recém-nascido estava vomitando com frequência e que apresentou coloração diferente da pele e orientou a mãe buscar atendimento médico para ele.
“Acolhi o Vicente com a Karine [mãe] no horário de 6h30 […] e foi para rotina normal da manhã e passou bem. Vicente iniciou um episódio de vômito, onde a gente informou à mãe que procurasse atendimento médico. A mãe nos relatou que ele perdeu a cor e levou ele para o hospital […] e não foi pedido nenhum tipo de exame. Batemos na tecla que ela devia pedir exames. Passou um remédio para vômito e ela [mãe] continuou dando até na quarta-feira, quando aconteceu”, disse.
“O Vicente deve ter mamado, pela rotina, em torno de 14h e 14h30, que é o horário da mamadeira, que seria um lanche. Ele arrotou e usamos tapete de tatame [no local] e nesse espaço ele ficou. Ele acabou adormecendo, a tia jogou uma cobertinha nele. Ela [funcionária] sentiu cheiro de cocô, foi procurar entre os bebezinhos e identificou que era ele [Vicente]. Quando pegou, já sentiu ele mole, todo roxinho. Foi a hora que ela [funcionária] saiu correndo, pedindo ajuda”, completou Hanna.
Segundo a empresária, elas pediram ajuda para uma pessoa, com veículo próprio, que passava por frente do local no momento. Conforme Hanna, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência não foi acionado em decorrência da urgência da situação. Ao dar entrada na unidade, a morte do pequeno Vicente já foi constatada.
Por outro lado, a família de Vicente rebate e acusa que ele estava bem e que os funcionários do berçário “mataram a criança”. A defesa da empresária afirmou que eles já compareceram à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Por JOLISMAR BRUNO