O preço da soja no mercado disponível chegou a ao menor nível em três anos no Estado de Mato Grosso, o maior produtor nacional. O preço médio chegou a R$ 94,91 a saca de 60 quilos na semana passada, de acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Queda das cotações na bolsa de Chicago, taxa de câmbio abaixo de R$ 5 e prêmios de exportação negativos nos portos brasileiros são apontados como causas.
“A curto prazo, o cenário para as cotações no Estado não é favorável, visto o início da colheita”, destaca o Imea, em boletim semanal. Além do aumento da oferta interna, estimativas de produção maior que o consumo em escala global pressionam os preços em Chicago, com o contrato para março de 2024, o de prazo mais curto, abaixo dos US$ 11 por bushel.
A colheita da safra nova no Estado chegou a 39,39% da área até a última sexta-feira (2/2). Com registros de produtividade menor que o esperado, o Imea revisou a projeção para 38,44 milhões de toneladas, queda de 15,17% em relação à temporada 2022/23.
Outras regiões do Brasil também seguem acumulando queda de preços, apontam os indicadores da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Em Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, a saca valia R$ 104, queda de 15,45% no período de 30 dias encerrado na segunda-feira (5/2). Em Mato Grosso do Sul, o grão acumula retração de 20% no período, cotado a R$ 100 a saca.
No Paraná, a soja foi cotada a R$ 108 na segunda-feira em Cascavel, baixa de 18,18% em 30 dias. Em Chapecó (SC), a saca valia R$ 115 no dia, acumulando desvalorização de 14,18%. No Rio Grande do Sul, a soja caiu 8,78% em 30 dias, em Passo Fundo, cotada a R$ 119,50.
Nos portos, o prêmio para março de 2024 está negativo em US$ 1,15 sobre o contrato de mesmo vencimento em Chicago. Para maio deste ano, o deságio é de US$ 0,73, de acordo com levantamento do Sim Consult.
Por Raphael Salomão
