De acordo com o MapBiomas Água, que realiza o mapeamento da superfície de água no Brasil, houve um aumento de 1,5% da superfície de água em 2022, em relação à média histórica. Apesar disso, ainda existe uma tendência preocupante de redução na superfície de água em todo o país, com destaque para o Pantanal, que apresentou uma diferença de 60,1% da média histórica.
Além do Pantanal, o bioma do Pampa também teve uma queda de -1,7% em relação à média, atingindo a menor área de superfície de água já registrada. No entanto, os outros biomas registraram ganhos em 2022, como Cerrado (+11,1%), Amazônia (+6,2%), Caatinga (+4,9%) e Mata Atlântica (+1,9%). Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraíba apresentaram perdas significativas de superfície de água.
Desde 1985, todos os biomas do país perderam superfície de água, com o Pantanal liderando com uma perda de 81,7%. A Caatinga também apresentou uma grande redução, perdendo quase um quinto de sua superfície de água (19,1%). A Mata Atlântica, Amazônia, Pampa e Cerrado também foram afetados pela diminuição da superfície de água.
Carlos Souza, coordenador do MapBiomas, aponta que a tendência predominante é de redução da superfície de água no país. A última década foi a mais crítica da série histórica, com os anos mais secos ocorrendo nesta e na década anterior. Cerca de 70% dos municípios brasileiros tiveram redução na superfície de água nas últimas três décadas, com destaque para Corumbá (MS), Cáceres (MT), Poconé (MT), Aquidauana (MS) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).
Embora a superfície de água em reservatórios oficiais tenha aumentado em 2022, chegando a 3,184 milhões de hectares (22% da superfície de água no país), os rios, lagos e pequenas represas ainda representam 78% da superfície de água. A diminuição da superfície de água pode ter graves consequências para o meio ambiente, afetando a biodiversidade e os ecossistemas, bem como a população, que pode sofrer com a falta de água para consumo e agricultura.
Por Camila Galvao