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quarta-feira, dezembro 25, 2024
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2º tiro foi dado no coração com gerente caído no chão, diz amigo

Principal testemunha da morte do gerente de fazenda Thiago Graciote Moraes, de 29 anos, seu amigo Samuel Santos Pimenta detalhou como aconteceu a abordagem da Polícia Militar.

Ele ainda disse que o segundo disparo, no coração da vítima, foi dado enquanto Thiago já estava caído no chão.

Quando ele foi sentando no chão o policial deu um passo para frente e deu outro disparo, que pegou no peito, do lado esquerdo

Desarmado, Thiago foi morto a tiros por um policial militar durante uma abordagem, na madrugada do último sábado (5), no Município de Cotriguaçu. Ele tentava separar uma discussão entre amigos.

“Falaram para eu botar a mão na cabeça que eu seria o próximo e me prenderam. Vi ele [Thiago] no chão dando os últimos suspiros”, afirmou.

A abordagem da PM e o primeiro disparo foram registrados por uma testemunha com um celular. Nas imagens Thiago aparece tentando defender Samuel, entrando na frente dele após o amigo ser chutado pela PM enquanto tentava ir embora do local.

“Realmente erramos por não obedecer a ordem deles, mas em momento algum nenhum de nós agrediu a Polícia”, disse.

Os militares foram acionados para uma ocorrência de som alto e depois para uma briga. Segundo Samuel, no entanto, quando os militares chegaram, já não havia nem som ligado, nem briga.

“Estava tudo bem apaziguado, mas eles chegaram com a maior brutalidade, gritando mão na cabeça que nós estávamos presos”.

Samuel ainda conta que Thiago levantou duas vezes a camiseta para a Polícia, para demonstrar que não estava armado.

Arquivo pessoal

Samuel Santos, amigo de Thiago que foi morto por PM em abordagem

“Na frente da viatura, não pega no vídeo, Thiago levantou a camisa, mostrou que não tava armado”.

“Eu saí para pegar minha camionete e ir embora. Foi a hora que o policial saiu me agredindo, e a hora que o Thiago entrou na minha frente para me defender do policial”.

Esse foi o momento que Thiago levanta a camiseta, segundo ele, pela segunda vez. “O policial muito bem vê que ele estava sem arma, sem nada, mas mesmo assim ele atirou”.

Samuel conta que o primeiro disparo atingiu o abdômen do amigo e que, quando ele já estava caído no chão, o policial atirou novamente.

“Thiago tentou se segurar em mim, mas ele estava sem forças. Foi caindo, colocou a mão direita na barriga e com a esquerda tentou segurar em mim”.

“Quando ele foi sentando no chão o policial deu um passo para frente e deu outro disparo, que pegou no peito, do lado esquerdo”.

Depois disso Samuel teria sido rendido pelos militares e encaminhado para a delegacia.

“A partir daquele momento eu não vi mais. Eles já me algemaram, falaram para eu botar a mão na cabeça que eu seria o próximo. Vi ele no chão dando os últimos suspiros”, disse.

Por LIZ BRUNETTO

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